quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Amor na prateleira.


Caio Fernando de Abreu, Clarice Lispector e Gabito Nunes. Quando foi que os sentimentos, senão forem citados entre aspas ou assinados por autores consagrados, passaram a valer menos que a espontâniedade e a sinceridade?
É como se falar por nós mesmos fosse plagiar aqueles que apenas registraram no papel, aquilo que até o menos letrado de nós, já sentiu e sabe oque significa.
Pode até ser comodo, quando a vontade de dizer é grande, mas o medo de parecer cafona é maior ainda, usar esses personagens como barreira para a auto proteção.
Esses defensores árduos das nossas fraquezas sentimentais, acabam na maioria das vezes levando a "culpa" por coisas que jamais pensaram em escrever.
Até frases simplórias e costumeiras são creditadas a esses escritores, expressões tão comuns que se não fosse por um leve rebuscamento proposital, se equivaleriam a uma cantada de porta de obra, ou até mesmo a um refrão de hit sertanejo. Com isso a corda arrebenta para os dois lados, eles perdem e nós mais ainda.
Mas enquanto padronizamos o romantismo e se declaramos com frases feitas, a paixão das palavras esfria e a superficialidade dos sentidos aflora.

Não conte pra minha mãe mas, estamos entrando em um tempo em que, a falsa melâncolia dita tendências e os sentimentos, os que realmente valem alguma coisa, são de griffe.

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