quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Amor na prateleira.


Caio Fernando de Abreu, Clarice Lispector e Gabito Nunes. Quando foi que os sentimentos, senão forem citados entre aspas ou assinados por autores consagrados, passaram a valer menos que a espontâniedade e a sinceridade?
É como se falar por nós mesmos fosse plagiar aqueles que apenas registraram no papel, aquilo que até o menos letrado de nós, já sentiu e sabe oque significa.
Pode até ser comodo, quando a vontade de dizer é grande, mas o medo de parecer cafona é maior ainda, usar esses personagens como barreira para a auto proteção.
Esses defensores árduos das nossas fraquezas sentimentais, acabam na maioria das vezes levando a "culpa" por coisas que jamais pensaram em escrever.
Até frases simplórias e costumeiras são creditadas a esses escritores, expressões tão comuns que se não fosse por um leve rebuscamento proposital, se equivaleriam a uma cantada de porta de obra, ou até mesmo a um refrão de hit sertanejo. Com isso a corda arrebenta para os dois lados, eles perdem e nós mais ainda.
Mas enquanto padronizamos o romantismo e se declaramos com frases feitas, a paixão das palavras esfria e a superficialidade dos sentidos aflora.

Não conte pra minha mãe mas, estamos entrando em um tempo em que, a falsa melâncolia dita tendências e os sentimentos, os que realmente valem alguma coisa, são de griffe.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Vida mecânica.


Mundo da lua, cabeça de vento, cabeça nas nuvens e o pé no chão. Onde vivem aqueles tão inconveniêntes, que sempre nos dizem pra cair na real?
Cair, essa é a expressão exata, porque quando finalmente entramos no mundo "real" geralmente é a base de empurrões.
Quem tem esse jargão sempre na ponta da língua, geralmente não move um músculo se isso não for lhe garantir um "bom emprego" e raramente entendem que observar e ouvir é mais mais importante que falar.
Não sabem o trabalho que da pra criar uma realidade própria, confortável e que blinde aquela visão cética e cega do mundo, que te permita pensar à vida fora da caixinha.
Talvez a realidade que tanto é pregada, é aquela da vida mecânica e padronizada, aquela que tem um manual a ser seguido à risca, senão, não há chances de sucesso. .
Não conte pra minha mãe mas, na minha vida real eu posso tentar, errar e começar de novo, quantas vezes precisar e não se concentrar só em pegar as moedas já que o objetivo é resgatar a princesa. Sim, como no video game, só que com gráficos bem mais realistas
.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Super heróis pós-puberdade



Nenhuma caça ao tesouro, nenhum companheirismo no time do bairro e nenhum primeiro amor. O que aconteceu com os filmes que, de forma inocente e simples, retratavam histórias de amizade pura e trabalho em equipe?

Agora só damos o devido valor aos amigos caninos, quantos estes se vão.


Até os admirados super heróis, agora são assunto de gente grande.


Talvez por preguiça ou medo, a realidade das amizades não permite mais que essa geração consiga celebrar a liberdade de um dia de aula cabulada, uma expedição exploratória pela cidade, atrás de um suposto corpo abandonado no bosque ou a criatividade, coragem e companherismo dos amigos que buscam o tesouro do capitão Willy caolho.

Ou simplesmente esses valores se tornaram tão superficiais que são facilmente substituidos por efeitos especiais de ultima geração. Uma pena.

Se isso for verdade, que valores os filmes das tardes irão dividir com a geração que, dificilmente saberá, que a música do "danoninho", já foi tocada com os pés, numa das lojas de brinquedos do senhor MacMillan.

Não conte pra minha mãe mas, eles não assistirão uma turminha da pesada aprontando todas, em uma aventura pra lá de emocionante.












terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Esponja Azul





Bem na minha frente, juro, há menos de 40 cm, na altura dos meus olhos e eu nunca tinha reparado. Uma esponja azul, pendurada no registro do banheiro, bem em cima da privada, tenho a sensação de que ela ja estava lá há semanas, arranquei assim que reparei, pra onde eu olhava todas as vezes que fui esvaziar o sistema rs?


Nem na minha casa eu consigo conhecer 100% das coisas e mesmo assim, algo tem sempre que mudar.



Já cantava Bob Dylan ,"Dont criticize what you can't understand''.



Final de ano é um alívio pra grande parte das pessoas, mas pra outras, é momento de auto análise e muitas vezes de severas críticas, nem sempre tão construtivas, sobre quem fomos ou como agimos durante o ano recém acabado.


Alguns falsos otimistas fazem listas interminavéis de coisas a mudar, melhorar ou abandonar, maquiando sua falta de determinação e revelando que tão pouco conhecem sobre si mesmos.


Gastamos tanta energia tentando abafar os impactos desses defeitos que não paramos pra tentar entender o porque insistimos em comete-los.



Não conte pra minha mãe, mas aquela esponja que parecia estar fora do seu devido lugar, era um enfeite, até que bonito, para disfarçar uma imperfeição da parede.





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